sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

CONGONHAS

4ªcidade
Congonhas


Viagem tranquila com alguns chuviscos no caminho. São 16:00 h na rodoviária de Congonhas. Busquei informações de como chegar ao centro e aproveitei para saber sobre pousada.

Ônibus Policlinica (R$2,10) e a pousada Mineira perto do supermercado da Mata. Foi fácil encontrar só não consegui ficar. Toquei a campainha, fiquei esperando, espeeeeeeeeerando e nada. Fui atrás de outra pousada. Uma moça me indicou a Pousada Casarão da Pedra (R$160,00 duas diárias), perto da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Subindo, subindo muito, “pra lá de auto”. Muito linda, cheia de ambientes diferentes, quarto simple e grandes. Lembra as pousadas que fiquei na Espanha, tirando o quarto.



Deixei o “pesado” e sai para visitar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que fica bem em frente a pousada, atravessando a rua.








Sai de lá para comer alguma coisa, ali por perto, para logo voltar para a pousada e não sair para jantar. Não resisti a dois pães de queijo e um suco de morango (R$ 4,50). Na volta fiquei um tempo nas escadarias da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, olhando lá para o outro lado da cidade onde fica a Basílica do Senhor Bom Jesus do Matozinhos.


Final da tarde, um vento gostoso me tranquilizou daquela chegada agitada. No dia seguinte desci até o centro pegar o ônibus Basílica (R$2,10) para o santuário, que fica do outro lado, lá em cima, muito lá encima. Desta vez preferi poupar energia e pegar uma condução. O centro está todo em obras, e ainda se vê as marcas do desastre da enchente que aconteceu no início de janeiro. Quando se conversa com alguém fatalmente o tema vem a tona. -“tenho 60 anos e foi a maior enchente que vi por aqui”, fala de um senhor na parada quando eu esperava o ônibus.


As águas desenterraram restos de uma antiga fábrica de panelas de pedra.

A historia do surgimento da cidade de Congonhas tem algumas versões. Uma das delas diz que a cidade foi fundada por um grupo de mineradores que fugiam da crise da fome que atingia Ouro Preto, causada pelo aumento absurdo da população. Há ainda os que dizem que escravos fugitivos chegaram primeiro.
De qualquer forma, o que se sabe é que o arraial de Congonhas do Campo surgiu em 1734 com a descoberta de ouro no leito do rio Maranhão e proximidades. O nome dado ao lugar tem origens nas palavras tupi-guarani "Kõ" e "Gõi", uma erva-mate muito comum na região, significando "o que sustenta e alimenta".
Inicialmente, a população foi se organizando no lado direito do rio Maranhão e levantando suas igrejas. A mais antiga delas é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída por escravos no final do século XVII, antes dos mineradores chegarem à região.












A construção do majestoso Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos teve início em 1757, numa colina de nome Alto Maranhão, e deflagrou a ocupação da margem esquerda do rio. A iniciativa partiu do português Feliciano Mendes, devoto do Bom Jesus, que ergueu a igreja em pagamento a uma promessa. Os artistas mais destacados da época, como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manoel da Costa Ataíde, emprestaram sua genialidade às obras. Além da igreja, 12 profetas em pedra sabão.










64 esculturas em tamanho natural, representando os Passos da Paixão de Cristo, foram esculpidas por Aleijadinho e policromadas pelo mestre Atayde.
















Em setembro, na semana do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, milhares de romeiros cheios de fé passam pela cidade. É o maior programa de peregrinação religiosa de Minas Gerais, realizado há mais de 200 anos.



Reprodução das fotografias de romeiros, anos 40, expostas no Museu de Mineralogia e de Arte Sacra do espaço Romaria.

ROMARIA
A antiga Romaria, construida em 1932, servia de hospedagem aos fiéis que vinham a Congonhas para o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, realizado de 7 a 14 de setembro. Hoje é um espaço cultural, onde são promovidos shows e eventos.
 

Conheci o acervo e atelier de costura dos figurinos usados na encenação da Pixão de Cristo que acontesse na Semana Santa por alguns pontos da cidade de Congonhas. A senhora que estava costurando me mostrou um figurino com mais de 40 de existência.
A esquerda da Basílica, encontrei uma pequena capela e ao lado o salão dos Ex-Votos, também conhecida como a Sala dos Milagres. É surpreendente, vale a pena visitir e se deter nos detalhes das histórias.









Dessendo a ladeira em direção a centro da cidade passei pela Igreja de São José Operário, erguida em 1817, é uma das raras igrejas do Barroco Brasileiro que possui torres arredondadas. Está em reforma e foi uma sorte esta aberta.






Uma caminhada pela ladeira, a mais alta que já andei, é praticamente entrar na roda do tempo, quando o tempo é outro, tudo é mais lento mais tranquilo. Tempo de espera, de repouso para pensar.




COISAS DE CADA UM







FLORES DO MEU CAMINHO






Aqui termina a minha passagem por Congonhas. Agora é arrumar a mochila e rumar para Mariana.

Um comentário:

  1. Sou de Congonhas, e me encantei com todo seu carinho em suas caminhadas por aqui.Dou graças a Deus por ainda ter pessoas como você que valorizam nosso cantinho tão maltratado pelo tempo e descaso.Seja sempre bem-vinda,que a cidade te acolha de braços abertos, e que seu coração, na imagem do Bom Jesus do Matozinhos te faça grande e feliz!

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